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Como as comunidades podem ser sua próxima fonte de inspiração criativa

Tatiana Peck, líder global de estratégia e insights para o Creative Shop no Facebook, explica como as comunidades modernas estão rapidamente se tornando uma poderosa fonte de inspiração criativa e de relevância para as marcas.

CONTEÚDO

    As pessoas nunca estiveram tão empoderadas para construir comunidades sobre as coisas importantes para elas - desde reuniões de pais casados com médicas até empresárias que buscam transformar o futuro da África. À medida que nosso mundo se torna mais conectado, as pessoas estão redefinindo o conceito de comunidade. Uma pesquisa global recente revelou que 72% das pessoas enxergam que a comunidade existe tanto on quanto offline, e agora 73% esperam que as marcas contribuam ativamente à sociedade. As marcas com visão de futuro estão descobrindo que a conexão com as comunidades que mais importam para as pessoas pode ser uma maneira poderosa de se destacar.

    Nossos insights sobre a comunidade moderna se mantiveram verdadeiros nos 11 mercados pesquisados. Clique em cada país para ver números locais: Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, Coreia do Sul, EUA, França, Índia, Indonésia, Nigéria e Reino Unido.

    Para descobrir como essa evolução da comunidade está abrindo portas para as marcas se conectarem de maneiras mais profundas, Tomá Beczak, do Facebook IQ, conversou com Tatiana Peck, líder global de estratégia e insights para o Creative Shop no Facebook. Por mais de um ano, Tatiana se concentrou em explorar como as marcas podem encontrar uma nova inspiração na comunidade. Em nossa entrevista, Peck revelou por que - e como - o pensamento inspirado na comunidade pode inspirar a próxima grande ideia de uma marca.

    Reimaginando o significado de comunidade

    Reimaginando o significado de comunidade

    Tomá: Com 61% das pessoas nos dizendo que se consideram cidadãos globais, o conceito de comunidade está claramente evoluindo. O que a comunidade significa para você?

    Tatiana: Bem, o mais legal sobre o conceito de comunidade é que ele significa coisas diferentes para grupos diferentes. No entanto, vemos consistentemente quatro catalisadores que aproximam as pessoas: a experiência compartilhada, paixões compartilhadas, suas crenças e situações compartilhadas. As pessoas não são atraídas pela comunidade somente pelo conceito em si, mas pelos benefícios específicos que ela oferece - seja um conselho de outras pessoas que navegam na #plantparenthood, compartilhando experiências em torno de ser um pai de planta pela primeira vez ou um encontro na CorgiCon (sim, isso é um evento - e infelizmente não, eu nunca fui). Qualquer que seja sua definição, a comunidade é poderosa.

    Temos uma equipe global de pesquisadores que se dedicaram ao estudo da dinâmica da comunidade através de lentes como sociologia, antropologia e linguística. Este trabalho revela que comunidades saudáveis tendem a ser definidas por dois princípios: relacionamentos (pessoas interagindo ativamente entre si, on ou offline) e reciprocidade (pessoas sentindo que estão dando e recebendo). É isso que sustenta as comunidades ao longo do tempo.

    Transforme a sua audiência em uma inspiração criativa

    Transforme a sua audiência em uma inspiração criativa

    Tomá: Sabemos que as pessoas estão se reunindo cada vez mais online e que cada vez mais esperam que as marcas contribuam para a sociedade. Por que tudo isso importa para um profissional de marketing com visão de futuro?

    Tatiana: Eu acho que este é o momento mais marcante da longa história da comunidade! Veja como as pessoas têm poder para construir comunidades em torno de tudo o que lhes importa. Com as ferramentas digitais, os limites geográficos que antes continham as comunidades desapareceram. À medida que as pessoas constroem comunidades de novas maneiras, novas portas estão se abrindo para as marcas desempenharem um papel mais significativo na vida das pessoas.

    A peça chave está em como você pensa a comunidade. Muitos profissionais de marketing tendem a vê-la como um público-alvo. Mas eu sempre incentivo as marcas a pensarem mais, equiparando a comunidade à curiosidade. Os profissionais de marketing devem fazer perguntas como: “Existem comunidades relevantes que eu não considerei?”, “Que inspiração encontro quando vejo comunidades que compartilham as paixões ou valores da minha marca?”, “O que posso oferecer à comunidade?”. São as marcas curiosas que tendem a ser recompensadas com inspiração criativa - seja na forma de uma campanha que reúne pessoas ou de um produto que você não sabia que as pessoas estavam pedindo. A comunidade pode ser uma incrível inspiração criativa que muda exponencialmente a maneira como uma marca vive no coração e na mente das pessoas.

    Comprometendo-se com a jornada da comunidade

    Comprometendo-se com a jornada da comunidade

    Tomá: Você ajudou os profissionais de marketing a desenvolverem ideias inspiradas na comunidade e até construiu modelos para isso. Quais foram suas maiores revelações sobre como as marcas de sucesso abordam as ideias inspiradas nas comunidades?

    Tatiana: Primeiro, é realmente importante se comprometer com a abordagem inspirada na comunidade. Você não pode passar pela metade do processo e perguntar: “Mas como isso vai vender meu produto?”. Esse não é o ponto, mesmo que isso possa se tornar de fato o resultado final. As marcas que desejam iniciar o desenvolvimento de ideias inspiradas na comunidade devem estar abertas à realidade de que essas ideias podem não começar grandes, mas têm o potencial de causar um grande impacto no final.

    A segunda grande revelação é sobre o conceito de generosidade. Você ficará surpreso com o nível de criatividade que surge quando uma marca coloca as necessidades e os interesses de uma comunidade em primeiro plano e pergunta como ela pode ajudar a resolver problemas. É uma troca de valor que ocorre nos dois sentidos. Vimos exemplos incríveis de comunidades que promovem as marcas e, da mesma forma, as marcas costumam nos dizer que estar nos grupos as ajuda a obter feedbacks, que podem gerar grandes ideias.

    Por fim, a abordagem de todas as marcas às ideias inspiradas na comunidade será única. Não há uma maneira definida de fazer isso, mas focar em paixões ou valores compartilhados é uma maneira poderosa de começar. A peça chave é ser autêntica, respeitar a essência da marca, não do produto. Por exemplo, se você está vendendo suco de laranja, não pense apenas nas pessoas que amam laranjas. Procure inspiração nas comunidades de pessoas que amam todas as coisas coloridas de laranja (estilo de vida laranja?), pessoas que sofrem de deficiência de vitamina C ou pessoas que valorizam as mesmas práticas agrícolas sustentáveis que você.

    Encontrando inspiração no mundo real

    Encontrando inspiração no mundo real

    Tomá: Quando se trata de estimular a criatividade através do poder das comunidades, quais são as marcas que você acha que estão fazendo um ótimo trabalho?

    Tatiana: É tão difícil escolher! Mas vou lhe dizer o seguinte: os que fazem isso bem, tendem a ter uma compreensão clara do que desejam alcançar desde o início. Eles também tendem a se concentrar em empoderar, inspirar, celebrar ou divertir uma comunidade. Aqui está um exemplo de cada um:

    Subaru, “One Little Moment”

    Para se destacar em um mercado automotivo saturado, a Subaru Austrália percebeu que precisava se conectar em um nível mais profundo e significativo. Em vez de pensar em publicidade primeiro, eles procuraram a comunidade mais apaixonada: seus funcionários. A Subaru criou um grupo interno no Facebook, desafiando os funcionários a capturar e compartilhar pequenos momentos de alegria que eles geralmente deixariam passar, durante 30 dias. O que começou como uma pequena iniciativa de uma comunidade interna, tornou-se uma campanha nacional, convidando todos os australianos a compartilhar seu próprio #OneLittleMoment.

    James Patterson, “The Chef”

    Como um dos autores mais vendidos do mundo conseguiu que uma nova geração de leitores se conectasse com o seu livro “The Chef”? Ele trouxe a história para eles. Os leitores foram convidados para uma experiência imersiva no Messenger que lhes permitiu interagir com a obra. James Patterson usou um grupo do Facebook para sediar um clube do livro virtual com conteúdo exclusivo, pesquisas e perguntas e respostas que alimentaram o crescimento dessa comunidade apaixonada.

    Pantene, “See Beauty, not Gender”

    Sabendo que os Millennials são difíceis de alcançar, porém se preocupam com marcas focadas em causas sociais, a Pantene identificou uma comunidade marginalizada para quem o cabelo é mais do que apenas cabelo para um lançamento na Tailândia. Para as mulheres trans, o cabelo é frequentemente a primeira e mais visível expressão de sua feminilidade. Em vez de tentar se apropriar da experiência trans, a Pantene deu à comunidade trans uma plataforma poderosa para promover a autoexpressão, oferecendo uma campanha dirigida e apresentada por influenciadores, ativistas e atores transgêneros.

    Ad Council & American Lung Association, “Saved by the Scan”

    A detecção precoce do câncer de pulmão pode salvar vidas. No entanto, muitos ex-fumantes desconhecem seu risco de desenvolver a doença e nunca realizam exames de prevenção. Para incentivar as pessoas a fazerem o teste com a nova tomografia computadorizada de baixa dose, a American Lung Association criou The Scan, uma super-heroína amigável e parcialmente humana que se manifesta em situações cotidianas e incentiva as pessoas a procurarem detecção precoce. Notavelmente, nasceu um grupo de apoio improvisado. Por meio de comentários no Facebook, estranhos trocaram histórias sobre como foram salvos pela detecção, incentivando outras pessoas a buscarem diagnósticos e compartilharem mensagens de apoio para as pessoas em tratamento. Acompanhe um dos anúncios que lançaram essa comunidade.

    O que isso significa para os profissionais de marketing

    O que isso significa para os profissionais de marketing

    Tomá: Para a nossa última pergunta, existem princípios gerais que as marcas podem querer considerar quando começam a construir seu próprio trabalho inspirado na comunidade?

    Tatiana: Sim! No Creative Shop, minha equipe e eu criamos um roteiro de três etapas para as marcas que embarcam nessa jornada.

    • Descubra comunidades.

      Pense nisso como um exercício de confraternização. Assim como em qualquer relacionamento, uma marca precisa conhecer a si mesma antes de poder construir conexões. Portanto, é importante começar com um profundo entendimento da missão, objetivo e valores da sua marca. Somente depois disso você poderá explorar comunidades em potencial - entender suas necessidades não atendidas, o que é importante para elas e como elas se conectam. Depois de entender tudo isso, um importante exercício é decidir o que sua marca pode defender ou não uma comunidade. Explore como as pessoas estão construindo comunidades online em torno da paternidade, interesses compartilhados e bairros locais .

    • Surpreenda as comunidades.

      Depois de identificar em quais comunidades você pode se concentrar e qual o papel que sua marca terá dentro delas, é hora de apresentar ideias ousadas e originais inspiradas na comunidade que as empodere, inspire, celebre e divirta. Como você pode surpreender essas comunidades e ganhar relevância para seus membros? Veja como marcas como a Adidas, estão entrando na comunidade por meio de grupos e aprenda potencializar grupos para aprofundar as conexões com sua própria marca.

    • Expanda a ideia.

      O poder das plataformas online, combinado com uma ideia inspirada na comunidade, permite que você leve algo que importa profundamente para alguns e o torne atrativo para muitos. Nesta fase do roteiro é onde você pode construir a campanha aplicando um filtro desenvolvido para a plataforma. Pegue sua ideia ou ação inspirada na comunidade e conte a história através das lentes dos comportamentos na plataforma do público que você está tentando alcançar. Você pode começar pensando em mobile, Stories e vídeos porque, ao fazer isso, você encontra as pessoas onde elas estão - e as coloca em primeiro lugar.

    Fonte (a menos que seja especificado de outra forma): “Trends 2.0” da Crowd DNA (estudo encomendado pelo Facebook com 11.300 pessoas em AU, BR, CA, DE, FR, GB, ID, IN, KR, NG e EUA), setembro de 2018.

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